A vespa velutina, também conhecida como vespa-asiática, tornou-se uma ameaça crescente em Portugal. Introduzida acidentalmente em França em 2004, provavelmente vinda da Ásia em contentores de mercadorias, esta espécie expandiu-se rapidamente, tornando-se uma verdadeira ameaça para os ecossistemas locais, a apicultura e a segurança pública.
Mas como esta espécie invasora se espalhou e quais os riscos que representa? Vamos explicar-lhe neste artigo.
O que é a Vespa Velutina?
A vespa velutina (Vespa velutina nigrithorax) é um inseto de grande porte, facilmente identificado pela coloração escura do abdómen com uma faixa amarela na extremidade. As suas asas têm um tom alaranjado e as patas apresentam transição entre castanho e amarelo. Os ninhos podem atingir até um metro de diâmetro e são frequentemente construídos em árvores altas, embora também apareçam em arbustos, edifícios ou beirais de telhados.
Cada rainha inicia um ninho na primavera, que cresce durante os meses seguintes, abrigando milhares de vespas no verão. Posteriormente, no outono, novas rainhas abandonam o ninho para hibernar e fundar colónias no ano seguinte. Por isso, esta rápida reprodução torna a espécie altamente adaptável e difícil de controlar.
Os perigos da Vespa Velutina
A presença da vespa velutina acarreta riscos significativos.
Em primeiro lugar, o impacto na apicultura: esta espécie é um predador voraz de abelhas melíferas (Apis mellifera). Um grupo de vespas pode dizimar uma colmeia em poucas horas, alimentando-se de abelhas adultas e larvas. Consequentemente, a produção de mel e a polinização das plantas ficam ameaçadas.
Em segundo lugar, o risco para a biodiversidade: além das abelhas, a vespa velutina alimenta-se de outros insetos, perturbando o equilíbrio ecológico. Como resultado, a redução de populações de insetos pode afetar aves, anfíbios e outros predadores dependentes destes recursos.
Por fim, a ameaça à segurança pública: embora geralmente não sejam mais agressivas do que outras vespas, atacam em defesa do ninho. Um ataque coordenado pode ser perigoso, especialmente para pessoas alérgicas às suas picadas.
Como identificar e combater a Vespa Velutina
Controlar esta espécie exige atenção, ação coordenada e intervenção profissional. Para isso, é fundamental conhecer os passos adequados.
Identificação dos ninhos
Os ninhos primários são menores e podem surgir em locais abrigados, como garagens ou beirais. No outono, tornam-se mais visíveis devido à queda das folhas. Portanto, para localizar os ninhos, observe áreas altas ou escondidas por onde as vespas entram e saem regularmente.
Destruição dos ninhos
Se avistar um ninho, deve informar imediatamente a Proteção Civil ou a sua Câmara Municipal. Em Portugal, os municípios coordenam a intervenção através de empresas especializadas em controlo de pragas.
Após o contacto das autoridades as empresas especializadas em controlo de pragas procedem à destruição dos ninhos. Tentar destruir um ninho por conta própria, é extremamente perigoso e desaconselhado, pois o risco de ataque é elevado.
A destruição deve ser realizada quando as vespas estão menos ativas, como à noite ou ao amanhecer. Para garantir a segurança, os profissionais utilizam equipamentos de proteção individual e inseticidas específicos.
A importância da ação coordenada
A vespa velutina representa um desafio significativo. No entanto, a identificação precoce e a destruição segura dos ninhos permitem reduzir o impacto da espécie. Assim, para proteger a apicultura, a biodiversidade e a segurança pública, é essencial agir rapidamente e de forma coordenada, envolvendo autoridades e especialistas.
Com informação adequada e intervenção profissional, é possível minimizar os danos desta espécie invasora e contribuir para a proteção do equilíbrio dos ecossistemas locais.
Leia também o artigo sobre vespa velutina divulgado pelo Município de Leiria, aqui.
Vi um ninho e agora? Contacte o Município de Leiria:
Email: vespavelutina@cm-leiria.pt Telefone: 964 822 467 (chamada para rede móvel)